Na região do Semiárido, os principais tipos de
vegetação são a caatinga, as florestas estacionais, os campos rupestres e o
cerrado. Dentre os
principais tipos de vegetação do semiárido, nenhum é mais característico do que
a caatinga.
A caatinga o único bioma
exclusivamente brasileiro, o que significa que grande parte do seu patrimônio
biológico não pode ser encontrado em nenhum outro lugar do planeta. A caatinga
ocupa uma área de cerca de 734.478 km², cerca de 11% do território
nacional englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, Piauí,
Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e
parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil).
Apresenta vegetação típica de
regiões semiáridas com perda de folhagem pela vegetação durante a estação seca.
Anteriormente acreditava-se que a caatinga seria o resultado da degradação de
formações vegetais mais exuberantes, como a Mata Atlântica ou a Floresta
Amazônica. Essa crença sempre levou à falsa ideia de que o bioma seria
homogêneo, com biota pobre em espécies e em endemismos, estando pouco alterada
ou ameaçada, desde o início da colonização do Brasil, tratamento este que tem
permitido a degradação do meio ambiente e a extinção em âmbito local de várias
espécies, principalmente de grandes mamíferos, cujo registro em muitos casos
restringe-se atualmente à associação com a denominação das localidades onde
existiram. Entretanto, estudos e compilações de dados mais recentes apontam a
caatinga como rica em biodiversidade e endemismos, e bastante heterogênea.
Muitas áreas que eram
consideradas como primárias são, na verdade, o produto de interação entre o
homem nordestino e o seu ambiente, fruto de uma exploração que se estende desde
o século XVI.
A vegetação da caatinga é
adaptada às condições de aridez (xerófila).
Quanto à flora, foram registradas
até o momento cerca de 1000 espécies, estimando-se que haja um total de 2000 a
3000 plantas. Com relação à fauna, esta é depauperada, com baixas densidades de
indivíduos e poucas espécies endêmicas. Apesar da pequena densidade e do pouco
endemismo, já foram identificadas 17 espécies de anfíbios, 44 de répteis, 695
de aves e 120 de mamíferos, num total de 876 espécies de animais vertebrados,
pouco se conhecendo em relação aos invertebrados. Descrições de novas espécies
vêm sendo registradas, indicando um conhecimento botânico e zoológico bastante
precário deste ecossistema, que segundo os pesquisadores é considerado o menos
conhecido e estudado dos ecossistemas brasileiros.
Além da importância biológica, a
caatinga apresenta um potencial econômico ainda pouco valorizado. Em termos
forrageiros, apresenta espécies como o pau-ferro, a catingueira verdadeira, a
catingueira rasteira, a canafístula, o mororó e o juazeiro que poderiam ser
utilizadas como opção alimentar para caprinos, ovinos, bovinos e muares. Entre
as de potencialidade frutífera, destacam-se o umbu, o araticum, o jatobá, o
murici e o licuri e, entre as espécies medicinais, encontram-se a aroeira, a
braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, o marmeleiro, o angico, o sabiá,
o jericó, entre outras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário