segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O relevo e a vulnerabilidade à desertificação

A desertificação é um problema ambiental que ocorre em terras áridas, semiáridas e subúmidas secas. Além da dinâmica dos elementos e fatores climáticos, o fator mais intenso que colabora para a instalação da desertificação é a ação humana, sobretudo por meio das práticas da agropecuária, extrativismo mineral e vegetal, e, ainda, pelo uso de tecnologias impróprias, que gera pressões ambientais pelo uso inadequado dos recursos.

Em relação ao relevo, as áreas mais propícias para a instalação do processo de desertificação é justamente as áreas depressivas ou planificadas, uma vez que são nestas regiões que estão impetrados as mais variadas formas de ocupação do espaço. As terras agrícolas estão comprometidas pelo desmatamento e pela manutenção de uma atividade agropecuária ou pecuária extensiva. Tais práticas são responsáveis pelo aparecimento das erosões, que desencadeiam o processo de desertificação em estágio severo, como os núcleos de desertificação.

A degradação da terra se entende: a redução ou a perda da produtividade biológica ou econômica das terras agrícolas de sequeiro, das terras de cultivo irrigado, dos pastos, das florestas e dos bosques em zonas áridas, semiáridas e subúmidas secas, pelos sistemas de utilização da terra ou por um processo ou uma combinação de processos, incluídos os resultantes de atividades humanas e padrões de povoamento.

A ocupação humana se dá de forma mais intensa em lugares de relevo aplainado e depressivo, uma vez que estes ambientes apresentam uma altitude relativamente propícia para sua ocupação. O desmatamento da vegetação existente nestes ambientes e o aumento de solo exposto, as queimadas para construção de áreas de pastagens e de cultivo com o tempo possibilita na intensa degradação do solo. As contínuas e inadequadas maneiras de manejo desses recursos fazem com que estes com o tempo esgotem suas propriedades, acarretando no empobrecimento de suas características.

À medida que a região ocupada perca suas propriedades, o homem se desloca para outras áreas, cometendo o mesmo ou até mais agressivo processo de ocupação e a utilização dos recursos. Consequentemente, estas áreas não suportam tais degradações e acabam resultando num indicador de desertificação, que somados à outros indicadores confirmam que o processo de tal fenômeno ambiental esteja se instalando em determinada região.

No contexto Geográfico, percebe-se que a apropriação do solo, do relevo, como suporte ou recurso, origina transformações que começam com a subtração da cobertura vegetal expondo o solo aos impactos pluvierosivos. Todavia, ocorrem alterações nas relações processuais, como as mudanças no jogo dos componentes de perpendicular, correspondente a infiltração, a paralela, assoreamento, agentes externos, escoamento superficial ou fluxo de terra (CASSETI, 1994).


Região de Rodelas, no extremo Norte da Bahia. Esta região integra um dos 13 municípios do Pólo de Jeremoabo para estudos da desertificação. Percebe-se uma area muito vulnerável, solo muito exposto, vegetação quase inexistente, relevo aplainado, solo muito arenoso. Esta area foi utilizada para pecuária extensiva. (Foto de Aislan S. Carneiro, Novembro de 2012).

A foto retrata a paisagem degradada pelo uso inadequados dos recursos naturais pelo ser humano. Forte presença de pecuária extensiva, desmatamento. (Foto de Aislan S. Carneiro, Novembro de 2012).


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