segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Agricultura do Semiárido

   A história da agricultura no Brasil é conhecida pelo desenrolar de diferentes ciclos de produção de culturas especificas que vai desde a exploração do pau-brasil, cana-de-açúcar e outros, até posteriormente o café, caracterizados por períodos de prosperidade, devido à demanda externa, seguidos de grande depressão à medida que essa necessidade era saciada. A partir de 1960-1970, um novo período iniciou-se, provocando uma reestruturação quando os grandes produtores agrícolas dos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, que buscaram elevar sua produtividade através da combinação de fatores de produção como (matéria-prima, energia, mão-de-obra, tributos dentre outros) na busca intensiva de maiores lucros em curto espaço de tempo, Segundo HEES (1983, pg 03):

“As transformações que se vêm processando na agricultura brasileira, em conseqüência da maior capitalização de suas atividades, têm repercutido diretamente sobre as relações de trabalho no campo, o que torna a situação dos trabalhadores rurais uma das questões mais importantes do âmbito das atividades agrárias.”

   Dentre as principais características desse “novo modelo” agrícola implantado a partir das regiões Sul e Sudeste do Brasil foram: desenvolvimento científico da agricultura, aumento no investimento de capital, sejam maquinários ou insumos. Este processo se refletirá no Estado da Bahia, principalmente através de dois processos: a abertura das fronteiras agrícolas do Extremo Oeste Baiano para a cultura da soja, e a criação do perímetro irrigado, no Norte do estado, às margens do Rio São Francisco.
   
   A região Nordeste do Brasil situa-se na zona climática do Semi-Árido que corresponde a uma das seis grandes zonas climáticas do Brasil. Abrange as áreas interioranas com isoietas com valor inferior a 800 mm anuais, sendo esta região denominada de Polígono das Secas, a qual é reconhecida pela legislação como sujeita a períodos críticos de prolongadas estiagens.
   O município de Jeremoabo está localizado na região nordeste do Estado, no Polígono das Secas, distante cerca de 370km da capital baiana, as suas terras foram primeiramente povoadas por índios tupinambás, de onde vem a origem etimológica da palavra, que significa "plantação de abóbora". A agricultura, pecuária e avicultura são a base da economia local, mesmo com o clima semiárido, possibilidades de chuvas de maio a julho e alto risco de seca.
   A agricultura em Jeremoabo é concentrada em áreas com disponibilidade de água, já que grande parte da agricultura praticada é irrigada. Na região encontram-se áreas plantadas de feijão, milho, tomate (culturas temporárias) e banana, coco, manga (culturas permanentes). Vale salientar que o município tem uma produção significativa de feijão e milho, o primeiro foi responsável em 2008 pela produção de 6.680 toneladas, enquanto o segundo respondeu por 20.592 toneladas do produto.
   
   A prática agrícola tem contribuído sobremaneira para o aumento das áreas antropizadas no município. A erosão do solo tem aumentado consideravelmente, em função da remoção da vegetação natural; de queimadas; do uso intensivo de agrotóxico e das condições inadequadas de preparo do solo.



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